Vivências e
Experiências Através Da Poesia e Da Animação
Priscila Marcondes da Silva¹; Thais Souza Da Mota Rodrides²;
& Luciana Diláscio Neves³.
1. Bolsista PIBID do
Curso de Licenciatura Belas Artes da UFRRJ, Discente do Curso Licenciatura
Belas Artes da UFRRJ; 2. Bolsista PIBID do Curso de Licenciatura Belas
Artes da UFRRJ, Discente do Curso Licenciatura Belas Artes da UFRRJ; 3. Orientadora:
Coordenadora do PIBID, professora do Curso Licenciatura Belas Artes da UFRRJ.
Palavras-chave: Animação, Desenho,
Poesia, Educação.
Introdução
Trabalho
desenvolvido por alunos que fazem parte do Programa de Iniciação à Docência –
PIBID do curso de Licenciatura Belas Artes da UFRRJ, em participação nas
escolas da educação básica vinculadas ao programa, neste caso, o CAIC – Paulo
Dacorso Filho. Projeto em desenvolvimento no CAIC, unindo novas mídias, poesia e desenho, utilizando o recurso
da animação. Apoia-se no encantamento e envolvimento que este recurso tem
produzido em jovens e adultos – para trabalhar a linguagem poética, a
sensibilidade, a construção de sentidos. Objetiva-se, a partir da utilização do
Haicai, conduzir um processo em que os alunos criem uma síntese visual do
poema, através da construção de um pequeno roteiro visual, a ser concretizado
posteriormente através da animação de recorte. Ressaltamos aqui o potencial
didático do audiovisual, considerando a inter-relação entre as narrativas
poéticas (verbais) e as visuais, assim como a possibilidade de relacionar estas
ao ritmo musical, que podem ser inseridos. O projeto propõe o trabalho, desde a
introdução aos princípios básicos da animação até sua vivência como linguagem
artística e poética. Tais experimentações didáticas com animação têm sido
concretizadas pelo PIBID Belas Artes – UFRRJ.
Materiais e Métodos
A metodologia de trabalho foi
estabelecida através de uma apresentação por etapas do processo didático proposto
para turmas do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio da
Educação Básica. No primeiro momento visamos uma introdução aos princípios
básicos que regem o movimento na animação, e como proposta para uma maior
compreensão do aluno com o meio técnico e artístico utilizados; vivenciando os
primeiros mecanismos e experimentações do princípio do movimento animado, com a
confecção de objetos, tal como o zootrópio, necessitando dos materiais:
cartolina preta, paraná, um eixo de rotação. Propondo exercícios visando a
compreensão do princípio do movimento, com pequenas tiras de papel e lápis ou
canetas nanquim; e levando trechos de poemas para que cada aluno organize a
sequência dos movimentos. A partir da introdução de conteúdos específicos,
propõem-se a criação de uma sequência de formas (desenhos) em movimento, que
pode ser desenvolvido por meio de um ritmo musical introduzido, ou de uma indicação
de mudança de sentidos – do leve ao pesado, ou do intenso ao suave, como
exemplos.
Na segunda etapa do processo
didático que estará sendo proposto, será introduzido o Haicai, com observação e
reflexão coletiva sobre os “sentidos” presentes nos mesmos. Com o propósito de
transformar em imagens os sentidos elaborados e organizados por cada um, serão
criados então, os roteiros visuais, em forma de story boards, considerando
a proposta de síntese visual, com um número específico de quadros criados, em
correspondência com a síntese formada pelo conjunto de cada frase do verso
encontrado no Haicai. Na terceira
e última parte, visa-se proceder à animação dos roteiros criados através da
animação de recorte. Com a confecção de personagens e cenários. Esta parte pode
ser efetuada em grupos de acordo com o número de alunos. Na edição, o ritmo e
melodia musical deverão ser relacionados aos demais conteúdos e sentidos das
animações efetuadas. A concretização final, incluindo a edição, deverá estar
permeada pelas discussões coletivas sobre os sentidos e soluções encontradas,
em grupo e individualmente, vinculando as vivências particulares às
experimentações na linguagem técnica, artística e poética. Para essa etapa
final, foram utilizados diferentes papeis e cartolinas para a produção os
desenhos, e para animação de recorte, com auxílio do software “muan”, que é um
programa de animação digital e a câmera, fizemos a gravação da animação. A proposta em
questão fundamenta-se na compreensão de que a sensibilidade poética não é
complemento, mas um elemento essencial para lidar com os movimentos de
significação e criação de sentidos nos indivíduos. De acordo com Leandro
Konder, a linguagem poética “precedeu a linguagem em prosa. Antes de
desenvolver a precisão terminológica e a estrita disciplina do discurso
científico, ou a expressão utilitária que o dia-a-dia exige de nós, a linguagem
já expressava a apreensão/invenção da realidade através dos sentimentos”
(KONDER in NEVES, M et al.,Cecília
Meireles: A Poética da Educação, 2001).
Resultado e Discussão
A proposta com os alunos da educação básica
demonstrou que a sensibilidade poética é um elemento essencial para lidar com
os movimentos de significação e criação de sentidos nos indivíduos. Segundo
Leandro Konder, a linguagem poética “precedeu a linguagem em prosa. Antes de
desenvolver a precisão terminológica e a estrita disciplina do discurso
científico, ou a expressão utilitária que o dia-a-dia exige de nós, a linguagem
já expressava a apreensão/invenção da realidade através dos sentimentos”
(KONDER in NEVES, M et al.,Cecília
Meireles: A Poética da Educação, 2001). Além disto, proporcionou apropriação
pelos alunos de saberes específicos relacionados à linguagem audiovisual,
fazendo-os interagir arte e ciência.
Referências Bibliográficas
DENIS,
Sebastien. O Cinema de Animação. Lisboa: Edições Texto & Grafia,
2010.
DURAN, E.
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Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Design, 2010.
FUSARI, Maria
R. e FERRAZ, Maria H. Arte na Educação escolar. São
Paulo: Cortez, 1992.
____. Metodologia
do ensino de arte. São Paulo: Cortez, 1993.
LUCENA
JUNIOR, Alberto. Arte da Animação – técnica e estética através da
História. São Paulo: Senac, 2002.